A Visão do Analista de Estatísticas sobre a Semana 12 da Série B

Às 3h47 da manhã (horário de Chicago), reviso os registros das partidas da segunda divisão brasileira. Não por insônia — embora isso ajude — mas porque cada passe, tentativa de chute e minuto de posse conta uma história. Esta semana? Não foi só sobre quem venceu. Foi sobre porquê. Os dados não mentem: a igualdade domina.

Drama em Empate e Táticas no Limite

A Semana 12 teve oito jogos decididos por um gol ou menos — sete terminaram em empate ou vitórias apertadas. Isso representa 70% dos jogos com margem de um gol desde meados de julho. Em qualquer liga elite, isso indicaria instabilidade. Aqui? É normalidade.

Considere Wolfsburg (espera — não). Volta Redonda vs Avaí, terminando em 1–1 após 86 minutos de pressão quase estagnada. Ambos os times média menos de 0,8 chutes no alvo por jogo nesta temporada. Mas nesta partida? Combinaram cinco passes decisivos dentro da área final — todos nos últimos trinta minutos.

É coincidência? Não. É reconhecimento de padrões.

Principais Jogadores: Os Arquitetos Silenciosos

Apresento-lhe Diego Silva, meio-campista do Goiás, com 93% de precisão nos passes em dois jogos (vs Clube Atlético Mineiro e depois vs Remo). Sua presença não é chamativa — ele raramente marca nem aparece nos highlights.

Mas segundo nosso modelo de estabilidade na posse (versão v7), jogadores como ele aumentam a probabilidade de vitória do time em +14% quando atuam no meio-campo central.

Enquanto isso, o ponta do Amazon FC tem média de 56% em dribles bem-sucedidos em seis jogos — um diferencial nesta divisão. Mesmo assim, perderam três dos últimos quatro jogos.

Os dados dizem: habilidade ≠ sucesso sem alinhamento estrutural.

Quando as Previsões Falham (e Porquê)

Você pode ter esperado que o Barra da Tijuca vencesse o Criciúma em casa, considerando forma e vantagem do campo (+30% de aumento na vitória segundo o modelo). Em vez disso, Criciúma venceu por 2–0, apesar estar abaixo no xG (gols esperados).

Por quê?

• Barra jogou com três zagueiros ao invés de dois → vulnerabilidade maior aos contra-ataques.
• Criciúma converteu sua única chance após um longo lançamento do goleiro → sorte pura?
• Ou disciplina tática? Nosso algoritmo sinaliza desalinhamento entre estrutura esperada e execução real como pontos críticos de falha.

Em outras palavras: modelos não são profetas; são espelhos que refletem falhas na execução.

Olhando Adiante: O Que Vem Ainda?

Dois confrontos destacam-se:

• Minaes Gerais vs Avaí – ambos estão na metade superior mas lutam defensivamente (média >1 gol sofrido/jogo).
• Vila Nova vs Goiania – ambos têm alta retenção na posse (>58%) mas baixa conversão (,9 xG/jogo). Se algum encontrar consistência entre construção e finalização… subirá rápido. E sim—é aqui que a análise encontra a obsessão.